domingo, 6 de fevereiro de 2011

Monólogo Interior




Não quis apanhar o metro.
Saí de casa. Saí, sem mais ninguém, de casa. E ao virar da esquina decidi ir àquele café que costumamos frequentar.
Pedi um café. O ritual. Sentei-me e bebi o café. Olhei para o telemóvel. Decidi sair. Estava um casal em pé à espera e eu dei-lhe os meu lugar. De qualquer forma, uma mesa para quatro pessoas é grande de mais para mim.
Após este pequeno desvio, voltei ao meu caminho inicial. E fui pensando em algo, enquanto descia a rua. Recusei-me a ir de metro. Não me consigo ouvir dentro dele.
Pensei num texto fictício. Talvez para o escrever aqui. Algo como:

"À medida que percorro o meu caminho, consigo visualizar as cores. Tudo lá ao fundo me parece a cores. Mas à medida que tudo se aproxima, tudo vai perdendo a sua cor natural. Consegui perceber o que querias dizer com ver tudo a preto e branco. Mas não compreendo quando é que o vês. Sempre? Quando estás sozinho? Quando algo está mal ou te desagrada?
Por vezes imagino-me a ser como tu. A imitar-te sem querer. A aperceber-me depois, que aquilo que fiz, foi uma espécie de espelho do teu ser.
Apenas me pergunto. Temos ou não a capacidade de pegar em baldes de tinta? Não seria tudo mais fácil? Está nas nossas mãos, a escolha das cores com que queremos pintar o mundo e a vida. Fazes-me um favor? Vamos ver um catálogo de tintas. Vamos escolher as nossas cores. Temos o mesmo gosto. Acho que não vai ser complicado."

Mas, depois, parei de pensar. Apeteceu-me ir fazer uma coisa diferente. A minha conclusão é sempre a mesma. Os sentimentos não mudaram. Talvez um pouco, ou nem tanto, não vamos por aí. Só sei que...

3 comentários:

tat disse...

seria um mundo a preto e roxo xD sem branco :p

Jorge Jacinto disse...

Tem "sumo", vê lá se escreves mais
qualquer coisa, para um
book!!!;)

Cláudia Pinheiro disse...

um dia irá perceber que não é o mundo que é preto e branco que não é a alma que está a preto. um dia vai perceber que é necessário retirar os filtros negros que insiste em ter à sua volta e entregar-se às cores! à felicidade!