domingo, 25 de dezembro de 2011

Aroma: Pêssego

Nem todas as histórias começam com Era Uma Vez, mas esta pode começar assim, porque sou eu que a estou a escrever.
Todos os dias acordo com o desejo de te dizer mais do que aquilo que te posso dizer, mas as palavras escasseiam. Passeiam-se pela minha mente antes dos meus sonhos surgirem e escondem-se bem antes de eu ter capacidade para as dizer.
Eu só temo que a voz seja mais forte que os pensamentos. Que ignores a ânsia, por não estar escrita numa parede. Que não repares na saudade, porque estás demasiado ocupado a procurar por ela por entre os livros acumulados nos quais buscas as respostas para todas as questões que te colocas.
É por isso que gosto de olhar bem dentro dos teus olhos antes de adormecer, esperando que consigas ler em mim tudo aquilo que eu gostava de ter de ti.
E esta história não tem um final feliz. Não tem sequer um final. Quero exercitar a mente e escrevê-la e reescrevê-la durante muito tempo. Não me interessam os Era Uma Vez; apenas os Era Uma Vez Contigo, porque tu és o marcador da minha história e não posso nunca avançar se lá não estiveres.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Low Profile

Há dias, em que, por mais sono que tenhamos, não nos conseguimos deitar.
Serei só eu a achar que o mundo ao contrário tem mais piada?

Mas toda esta insónia não passa de desvelo.



É à noite, e tu sabes disso, a altura em que mais pensamentos nos ocorrem; e são viagens cansativas; e por mais que queiras dormir, existe sempre algo mais que não nos deixa.
Mas as viagens que eu mais gosto, são aquelas que partilho contigo. Porque ambos cabemos aqui.
Gostava que viesses sempre comigo, mas acabaríamos por termos os mesmos pensamentos e não te esqueças que é o mundo ao contrário que tem piada.
Recordo-me de passear por caves. Com pouca ou mesmo sem luz. Recordo-me vagamente, porque nunca tive iluminação suficiente. Mas agora consigo dizer-te as coisas que gosto. E eu consigo perceber as coisas que gostas; E foi essa harmonia que me fez deixar de passear por tais locais. É como um piano que não pára de tocar. São notas que soam dentro de nós e que finalmente tocam dentro do tempo certo. Será que ouvimos a mesma música? Será que te faz sentir tão bem como a mim?

...


Por agora o mundo continua a parecer bem, mesmo estando do avesso;
Só tive medo. É que ontem eu sonhei e depois já não estavas lá.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Candura, Alvura e Lisura.

(Lembrei-me que não posso escrever sobre ti.
Correria o risco público de pensarem que estou a escrever sobre mim.)


Concluí que tudo acontece por um motivo. Gostava de poder melhorar o mundo e aquilo que me rodeia, mas para já parece-me impossível.
Enquanto não estivermos livres de mentiras e não formos sinceros, sequer, connosco próprios, ninguém nos pode ajudar.
Gostava de saber menos do que sei. Talvez vivesse mais feliz na minha ignorância.
Gostava que me dissesses aquilo que não te quero perguntar. Aprecio, como se pode notar, a sinceridade e pró-actividade.
E por mais que penses que esse elo não existe, somos mais parecidos do que possas imaginar.
Não queria denunciar a minha estratégia. Nem vou. Já abri de mais o meu círculo.
Haverá confiança para alterar isso?

domingo, 10 de abril de 2011

Synesthesia

Naquele dia repeti a seguinte frase, por diversas vezes, na minha mente: "Quero ir-me embora". *
Já me tinham avisado anteriormente para eu ter cuidado com aquilo que pensava. Que a mente tem força, já eu sabia. Sempre tive aquilo que quis, sorte ou não, sempre tive.

Relembrando os baldes de tinta, deixa-me dizer-te que conseguimos.
Conseguimos pintar o nosso caminho.
Pareceu-me e soube-me bem. E a ti?

Sabes... Eu só o quis com muita força. Porque eu consigo encontrar-me. Eu tenho essa força intrínseca que nos faz lutar por aquilo que queremos. Podes pensar que não, mas tenho.

E a partir do momento em que permites ver a vida a cores, tudo o resto vai ser a cores. Consegues imaginar o azul e branco que as ondas fazem quando batem na areia?
E a sensação de calor laranja de quando o sol te rega os braços?
E quando nos encostamos um ao outro e damos as mãos em tons devermelho?

Mas de todas as histórias retiramos sempre uma lição, p.ex:
A esperança é a última a morrer.
Eu sei que parece cliché e tudo o mais.
Mas só quero dizer-te que sei. Que te conheço. Que somos um só. Só tens de o permitir.



______
*(e fui.)



Pic by: Mintcakes

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Apetece-me ir dar uma volta.




Ver mapa maior

Lisboa > Barcelona > Paris > Amsterdão > Berlim > Varsóvia > Praga > Vienna > Milão > Porto > Lisboa.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Monólogo Interior




Não quis apanhar o metro.
Saí de casa. Saí, sem mais ninguém, de casa. E ao virar da esquina decidi ir àquele café que costumamos frequentar.
Pedi um café. O ritual. Sentei-me e bebi o café. Olhei para o telemóvel. Decidi sair. Estava um casal em pé à espera e eu dei-lhe os meu lugar. De qualquer forma, uma mesa para quatro pessoas é grande de mais para mim.
Após este pequeno desvio, voltei ao meu caminho inicial. E fui pensando em algo, enquanto descia a rua. Recusei-me a ir de metro. Não me consigo ouvir dentro dele.
Pensei num texto fictício. Talvez para o escrever aqui. Algo como:

"À medida que percorro o meu caminho, consigo visualizar as cores. Tudo lá ao fundo me parece a cores. Mas à medida que tudo se aproxima, tudo vai perdendo a sua cor natural. Consegui perceber o que querias dizer com ver tudo a preto e branco. Mas não compreendo quando é que o vês. Sempre? Quando estás sozinho? Quando algo está mal ou te desagrada?
Por vezes imagino-me a ser como tu. A imitar-te sem querer. A aperceber-me depois, que aquilo que fiz, foi uma espécie de espelho do teu ser.
Apenas me pergunto. Temos ou não a capacidade de pegar em baldes de tinta? Não seria tudo mais fácil? Está nas nossas mãos, a escolha das cores com que queremos pintar o mundo e a vida. Fazes-me um favor? Vamos ver um catálogo de tintas. Vamos escolher as nossas cores. Temos o mesmo gosto. Acho que não vai ser complicado."

Mas, depois, parei de pensar. Apeteceu-me ir fazer uma coisa diferente. A minha conclusão é sempre a mesma. Os sentimentos não mudaram. Talvez um pouco, ou nem tanto, não vamos por aí. Só sei que...