domingo, 20 de junho de 2010

Fluoxetine.




Era tudo o que me apetecia naquele momento.





Mais precisamente, o que me apetecia era mesmo o nada.
Queria ter um momento descansado, sem fluxos de pensamento.
Sem problemas.
Deitar-me na cama e usufruir de uma cabeça vazia.
Relaxar.

Já não aguentava mais as dores no peito.

Os nós dos meus dedos sangravam.
Não suportava mais ver o meu reflexo no espelho.
Tive de o partir, num momento de raiva.
Debrucei-me sobre o lavatório e ingeri aquilo que ia ser o meu momento de paz, ainda que com algum sangue à mistura.

Senti um arrepio de frio, como se alguém me observasse.
Já estará a fazer efeito? A paranóia está a apoderar-se de mim.
Voltei ao meu quarto e deitei-me.
Limitei-me a observar o tecto, ansiando por tudo aquilo que desejava.


Obrigada pelas críticas positivas que já me deram em relação a este texto.
Caso queiram sugerir uma espécie de final, podem propor-mo e eu posso tentar escrever.
Ah, se não souberem o que quer o título dizer, procurem. É importante para que percebam o texto!